miércoles, 11 de diciembre de 2013

Inocência

- Cadê Lico, mamãe?
- Já não está com a gente, filha.
- Lico dodói?
- Lico estava dodói, agora ele morreu e está no céu.
Pensa. E não hesita.
- Lico voou?

martes, 10 de diciembre de 2013

Triste dia

Ontem foi um dia muito triste.

O dia em que nosso querido amigo e membro da nossa família, Ulisses, nos deixou.

Eu e Isabela o encontramos em casa, já sem vida. Isa não entendeu bem o que estava acontecendo. Eu chorava, e ela me olhava com tristeza, e me abraçava, chorando também, em uma tentativa desesperada de me consolar.

Tudo foi muito rápido, e ainda não consigo acreditar que não teremos mais a alegria desse cachorro no nosso dia a dia, que nos acompanhou por nove anos e meio. Ainda é difícil acreditar e conter as lágrimas.

E enquanto o tempo vai passando lentamente e a dor ainda lateja, tenho que lidar com as inevitáveis perguntas da minha pequena. "Cadê Lico, mamãe?". Ela ainda não entende o conceito de morte (e espero que demore para ter que entender), e de que não o veremos mais. Sinto que ainda escutarei essa pergunta por vários meses.

Que difícil é lidar com a perda...


miércoles, 4 de diciembre de 2013

A comunicação

Uma semana que estive fora foi suficiente para que eu tenha vislumbrado tantas mudanças na minha pequena criança! Certamente já não é mais um bebê. Falante, alegre e independente. Dificilmente me deixa ajudar a dar comida ou a colocar o sapato, e insiste em fazer tudo "solita". Desde comer qualquer coisa até carregar a mochila da escola (que é quase maior do que ela)!
Sua fala está cada dia mais clara, e repete palavras em espanhol (e muitas vezes as usa de maneira espontânea, embora com pouca frequência). Agora entramos em uma nova fase, onde ela expressa sentimentos e emoções.
Se vê algum inseto grande e feio, me abraça correndo "com medo, mamãe". Se está cansada, pede o tete e avisa "tenho sono". Agora já argumentamos, "você não pode fazer isso por tal e tal motivo, tá bom". E ela (quase sempre) responde "tá bom mamãe/papai". Já também temos que nos valer de uma ou outra ameaça.

- Isa, deixa o pato no carro, vamos para a escola.
- Não quero, mamãe. É meu.
- Claro que é seu Isa, mas deixa ele aí, que senão perde.
- Não mamãe, não quero!!! É meu!!!
- Isa, se não deixar o pato no carro, não tem natação depois da escola.
Pensa e rapidamente decide.
- Tchau pato.

Algo me diz que precisarei me valer de muitos e muitos argumentos para persuadir essa pequena criatura, que amo com todo meu coração.